Em um ano, o número de ocorrências registradas de picadas por animais peçonhentos no Distrito Federal em 2023 chegou a 3.359, um acréscimo de 23,4% frente a 2022.
Cerca de 81,9% dos casos foram provocados por escorpiões, seguidos por abelhas (5%), aranhas (3,9%), cobras (3,2%) e lagartas (2,6%).
Em cerca de 3,4% não foi possível determinar o animal causador. Apesar do número de casos, não foi registrado nenhum óbito entre moradores do Distrito Federal.
Os dados constam no boletim epidemiológico publicado pela Secretaria de Saúde (SES-DF) com os números consolidados de 2023.
A cada ano os animais peçonhentos se espalharam em áreas urbanas onde antes não eram vistos. Com essa proliferação, não demorou para as vítimas também aparecerem. E o segredo para evitar uma tragédia é a rapidez no atendimento, já que um dos fatores associados à gravidade é o tempo em que a pessoa procura a assistência.
Caso seja picado por algum animal peçonhento, a orientação é lavar o local com bastante água e sabão, manter o local da mordida elevado e procurar um atendimento médico de forma imediata. É indicado também retirar acessórios como anéis, fitas ou calçados apertados.
Em hipótese alguma pode-se fazer torniquete ou garrote, furar ou cortar o local para tentar sugar o veneno. Se possível, o paciente deve capturar e levar o animal para o atendimento ou registrar qual foi o bicho para descrever detalhes para a equipe de saúde.
Os adultos em idade de trabalho são as principais vítimas – 61,4% dos acidentes ocorreram com pessoas entre 20 e 59 anos. As crianças com 9 anos ou menos foram 12,3% e os idosos acima dos 60 anos responderam por 11,7%. Outros 14,6% dos casos envolveram crianças e adolescentes de 10 a 19 anos. Há uma leve predominância feminina: 52,4% das picadas.
De acordo com a Secretaria de Saúde, 34,6% das picadas foram nas mãos, o que mostra que a maior parte dos acidentes ocorrem quando adultos estão mexendo em entulhos, folhas, áreas escuras e outros lugares dentro de casa ou no trabalho onde os animais peçonhentos costumam se esconder. As pessoas estão mais suscetíveis dentro das casas, das residências e terrenos próximos.
A limpeza e a organização de jardins, quintais e outros espaços abertos é fundamental na prevenção contra diversos tipos de animais peçonhentos. Os cuidados com a retirada de entulhos são muito importantes, protegendo mãos, braços e pés com luvas de couro e botas. Ações que também precisam ser lembradas na hora de mexer em redes de esgoto ou mesmo em dutos de passagem de cabos telefônicos ou de energia. Os escorpiões ficam alojados em ambientes úmidos e escuros, e podem acessar as residências por conectores dessas redes, como tomadas, ralos e redes elétricas.
A presença de baratas no ambiente pode atrair escorpiões e aranhas, seus predadores naturais, enquanto ratos são atrativos para cobras. É importante combater essas infestações, mas, quando houver dedetização, é fundamental vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, rodapés e vão das portas. Isso porque o processo provoca deslocamento dos animais, sejam eles peçonhentos ou não, facilitando o encontro com seres humanos. O período de chuvas fortes também pode favorecer a ocorrência de acidentes.
É recomendável observar ainda calçados, roupas, toalhas, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los.
O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estão disponíveis para este tipo de ocorrência pelos números 193 e 192, respectivamente. Já o Centro de Informações Toxicológicas (Ciatox) do DF atende pelos telefones 0800 644 6774 e 0800 722 6001.
Fonte: Agência Brasília e Secretaria de Saúde do DF
Foto: Humberto Leite/Agência Saúde-DF