O Distrito Federal decretou estado de emergência por causa da epidemia de dengue e já registrou mais de 46.298 mil casos da doença, segundo dados do boletim epidemiológico divulgado dia 5 de fevereiro.
O número representa um aumento de 1.120,6% em relação aos casos prováveis registrados no mesmo período de 2023. Até o momento, 11 óbitos pela doença foram confirmados.
Cinco Regiões Administrativas (RAs) acumulam 43,5% dos casos. Ceilândia apresentou o maior número (9.925), seguida de Sol Nascente/Pôr do Sol (2.704), Taguatinga (2.692), Samambaia (2.461) e Brazlândia (2.351).
De acordo com o Ministério da Saúde, quatro unidades da federação tem os maiores índices de incidência de casos no Brasil: DF, Minas Gerais, Acre e Paraná.
Com o aumento de casos da doença, a busca por repelentes também cresceu. No DF, a procura subiu em torno de 40%, segundo o Sindicato de Comércio de Produtos Farmacêuticos.
Mas qual é o repelente indicado? Como usar? Quem pode usar?
Para responder essas e outras perguntas, o Blog da Matsumoto conversou com a médica Vanessa Veríssimo Santos Neves, da Matsumoto Centro Médico.
Leia a entrevista.
Blog da Matsumoto: Olá Dra Vanessa! Com a recente declaração de estado de emergência devido à epidemia de dengue no Distrito Federal, é importante que nossos leitores estejam bem informados sobre a prevenção dessa doença tão preocupante. Vamos falar um pouco sobre os repelentes e sua eficácia contra o Aedes aegypti?
Dra. Vanessa Veríssimo: Claro, é um prazer contribuir com informações importantes para a saúde pública. Os repelentes desempenham um papel essencial na proteção contra as picadas do mosquito Aedes Aegypti, transmissor não apenas da dengue, mas também do vírus da zika e da chikungunya.
Blog: Quais são as substâncias presentes nos repelentes que são eficazes contra o Aedes Aegypti?
Dra. Vanessa: A Organização Mundial da Saúde e a Anvisa recomendam três substâncias específicas: a Icaridina, o IR3535 e o DEET. Para adultos, a concentração ideal é de 20% de Icaridina ou 30% de DEET, garantindo uma proteção eficaz por várias horas.
Blog: E quanto ao uso desses repelentes em crianças e gestantes? Existem recomendações específicas?
Dra. Vanessa: Para crianças, especialmente aquelas com menos de dois anos, a orientação é mais cautelosa. O uso de repelentes não é recomendado em bebês com menos de seis meses. Já para crianças de sete meses a dois anos, pode-se usar repelente com IR3535, mas com orientação médica. A partir dos dois anos, os repelentes com Icaridina, IR3535 e DEET podem ser usados até três vezes ao dia, respeitando as concentrações adequadas. Quanto às gestantes, a Anvisa considera seguro o uso de repelentes, desde que registrados e seguindo as orientações.
Blog: Como devemos aplicar corretamente o repelente para garantir sua eficácia?
Dra. Vanessa: A aplicação correta do repelente é fundamental. Deve-se aplicá-lo nas áreas expostas da pele, evitando o contato com os olhos, boca e mucosas. Além disso, é importante reaplicar o repelente se houver suor ou contato com água, seguindo as instruções do produto.
Blog: E quanto aos produtos naturais, como a citronela, são eficazes contra o Aedes Aegypti?
Dra. Vanessa: Infelizmente, os produtos naturais à base de citronela, andiroba e óleo de cravo não possuem comprovação científica de eficácia contra o Aedes Aegypti. Portanto, é importante optar por repelentes com as substâncias recomendadas pela OMS e Anvisa para uma proteção mais eficaz.
Blog: Muito obrigado, Dra. Vanessa, por esclarecer essas dúvidas tão importantes sobre a prevenção da dengue e o uso adequado de repelentes. Se nossos leitores tiverem mais perguntas, como podem entrar em contato?
Dra. Vanessa: Fico à disposição para ajudar no que for necessário. Para mais informações sobre a dengue e outras questões relacionadas à saúde, os leitores podem enviar suas dúvidas para o Blog da Matsumoto. Os médicos da Matsumoto estão sempre prontos para fornecer orientações e promover a saúde da comunidade.